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Ex- combatentes homenageados em Vizela

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Mensagem por Pirada Seg 13 Abr 2015, 5:59 am

Fonte: http://www.digitaldevizela.com/2015/04/ex-combatentes-homenageados-em-vizela.html
Fotos de Manuel Marques
Notícia de 12Abr2015

Ontem, no Jardim Manuel Faria em Vizela, foi celebrado o Dia do Combatente e evocado, em simultâneo, a Batalha de La Lys, ocorrida há precisamente 97 anos, e que durou cerca de 20 dias, no terreno, na Flandres, em França, na Primeia Grande Guerra. Vários vizelenses que combateram nas ex-colónias foram distinguidos com a Medalha Comemorativa das Campanhas.


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O Núcleo de Vizela da Liga dos Combatentes começou por homenagear os soldados falecidos Presidente da Direção do Núcleo, José Manuel Oliveira, convidado o Presidente da Câmara Municipal de Vizela, Dinis Costa e o General Cipriano Alves a deporem uma coroa de flores no Monumento dos Combatentes que foi transportada por um soldado.Um terno de Clarins executou o “ Toque de Silêncio ”, após o qual a Força da Guarda de Honra comandada pelo 1º Sargento João Sousa prestou continência, seguindo-se o “ Toque de Homenagem aos Mortos em Defesa da Pátria ”.

O Arcipreste P. Constantino Matos Sá, leu de seguida uma prece, após o que foi tocado o toque de alvorada, "simbolizando assim o renascer daqueles que, em espírito, continuam a servir-nos de exemplo" - disse Júlio César, moderador da cerimónia.
Seguiu-se a intervenção do General Cipriano Alves, aludindo ao ato – Dia do Combatente, salientado a bravura dos soldados portugueses e a importância desta cerimónia.


ENTREGA DE MEDALHAS COMEMORATIVAS
Seguiu-se a entrega de Medalhas Comemorativas das Campanhas das Forças Armadas Portuguesas aos Combatentes vizelenses que disseram presente no período de 1961 a 1975, na Guerra Colonial.
A Medalha Comemorativa das Campanhas foi criada em 30 de Novembro de 1916, pelo Decreto n.º 2870 e comemora as campanhas das Forças Armadas Portuguesas fora de Portugal metropolitano, principalmente face ao contexto da entrada portuguesa na I Guerra Mundial.
A medalha comemorativa das campanhas e a medalha comemorativa de comissões de serviços especiais são atribuídas a quem tenha participado em operações militares ou desempenhado uma comissão durante um período mínimo de seis meses ou durante todo o tempo da sua duração, se esta for inferior a seis meses, podendo esse período ser menor nos casos de acidente ou doença em serviço que impossibilitem a sua conclusão.


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Esta medalha funciona como medalha geral, sendo cada campanha específica, indicada pela colocação de uma passadeira na fita, da mais recente acima à mais antiga abaixo.

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O seu desenho, desde 2002, é o seguinte: Anverso: Emblema nacional rodeado de um listel circular com a legenda «CAMPANHAS E COMISSÕES ESPECIAIS DAS FORÇAS ARMADAS PORTUGUESAS», em letras de tipo elzevir, maiúsculas, a legenda cercada de duas vergônteas de louro, frutadas e atadas nos topos proximais com um laço largo; encimando este conjunto, uma coroa mural de cinco torres.
Reverso:
Disco tendo, na parte superior, uma Bandeira Nacional; sobrepostas a ela, e medindo quase todo o diâmetro, as figuras de um soldado do Exército, à dextra, um soldado da Força Aérea, ao centro, e um marinheiro da Armada, à sinistra, de pé e firmados num pedestal; o disco rodeado da legenda «ESTE REINO É OBRA DE SOLDADOS», em letras de tipo elzevir, maiúsculas, num listel circular, rematado inferiormente por um laço largo; encimando este conjunto, uma coroa mural idêntica à do anverso.

Foi homenageado a título póstumo com a referida medalha o combatente:

ANTÓNIO AUGUSTO DA CUNHA - MOÇAMBIQUE 1961-63
De seguida foram chamados os Combatentes que receberam a medalha em vida:
- ANTÓNIO BERNARDINO CARDOSO RIBEIRO MACHADO-ANGOLA 1968-70
– JOÃO MARTINS DA SILVA – GUINÉ 1967-68
– ARMINDO GOMES – GUINÉ 1967-69
- JOSÉ MARIA MONTEIRO MARINHO – TIMOR 1970-72
- MANUEL MOREIRA PEREIRA – ANGOLA 1963-1965
- JOSÉ DIAS PEREIRA - GUINÉ 1970-71
- CARLOS ALBERTO SIMÕES ÔRFÃO – GUINÉ 1972-74
- JERÓNIMO AUGUSTO COUTO RIBEIRO – GUINÉ 1963-65
– LEANDRO DA SILVA FERREIRA – GUINÉ 1971-73
– MÁRIO JOSÉ DE AZEVEDO OLIVEIRA – MOÇAMBIQUE 1970-72
– JÚLIO CESAR DA CUNHA FERREIRA – GUINÉ 1970-71

As medalhas foram colocadas pelo General Cipriano Alves, pelo Tenente Coronel José Pimenta e pelo Presidente da CM Vizela.

INTERVENÇÃO DO PRESIDENTE DO NÚCLEO DE VIZELA DA LIGA DOS COMBATENTES
José Manuel Oliveira, ex-sargento de carreira militar, referiu:

«Vejo com agrado que a família Combatente cresceu. Neste local do maior significado para os combatentes de Vizela e Vale do Rio Vizela, o jardim Manuel Faria, porque possui um monumento evocativo aos Combatentes de Portugal, da nossa região. Celebramos hoje o Dia do Combatente e evocamos, em simultâneo, a Batalha de La Lys, ocorrida há precisamente 97 anos, e que durou cerca de 20 dias, no terreno, na Flandres, em França, na 1GG.


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Esta cerimónia é um testemunho vivo de amor à Pátria, coesão nacional e local, materializados numa comunhão de sentimentos por um passado que nos continua a unir, independentemente das nossas ideologias e pelos valores que nos fizeram criar Portugal, como uma Nação livre e independente.

A nossa presença aqui hoje, é a afirmação expressa e clara de que devemos abraçar com respeito a nossa cultura, os nossos valores, a nossa História. Só assim valorizamos os nossos Combatentes, as nossas memórias.
Hoje, e acima de tudo, homenageamos os Combatentes, todos aqueles que deram, e dão, o melhor de si, até a própria vida, por esta Pátria que amamos. Curvamo-nos perante o esforço despendido, a sua renegada coragem e o seu sacrifício, mesmo por vezes contra a sua vontade.

Ao longo dos tempos sempre houve conflitos e guerras, de resto uma constante da História, por isso reconhecer o papel dos Combatentes é ter presente que, a par da glória dos vencedores e das suas consequências políticas e sociais, a guerra é feita de sacrifícios e dor, onde muitos sublimam as suas capacidades e sofrem no corpo e na alma o preço pelo dever cumprido. Aqueles que se dispuseram e dispõem a combater ao serviço de Portugal devem merecer de todos nós o maior respeito e admiração.

Caros Combatentes,


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Neste dia que evocamos o Dia do Combatente também recordamos uma data que assinala uma das maiores derrotas militares envolvendo tropas portuguesas: a Batalha de La Lys, em França, na 1 GG. Ali morreram cerca de 300 soldados, ficaram feridos à volta de 5.000 e foram presos entre 6 e 7.000 soldados. Muitos deles da nossa região pois serviam no BI 20, da 4ªBrigada de Infª, denominada Brigada do Minho, oriundos do quartel em Guimarães, do RI 20. Podem visitar o Cemitério da Atouguia, em Guimarães e ver o rol dos que tombaram da nossa Região, só o nome, porque infelizmente não voltaram. Estão sepultados no Cemitério Militar Português de Richebourg. Esta derrota em La Lys, serviu no entanto para melhorar e evitar outros desaires. Sobre esta Batalha, importa recordar as condições miseráveis que os nossos combatentes tiveram na Flandres. La Lys foi mesmo assim, no entanto, um testemunho sublime e pungente de determinação e de coragem de militares que, praticamente esquecidos nos lamaçais das trincheiras escolheram honrar Portugal naquele que foi um dos mais dramáticos hinos à capacidade de sofrimento e de amor à Pátria do perpetuado no Soldado Português.
Quem nunca ouviu falar do Soldado Milhões. De seu verdadeiro nome Aníbal Milhais, natural de Valongo, em Murça. Regressado ao acampamento português, o comandante saudou-o, dizendo o que ficaria para a História de Portugal, "Tu és Milhais, mas vales Milhões!" pelo seu ato de bravura em La Lys.


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Combatentes,
Uma saudação especial aos aqui presentes, que lutaram nos diversos teatros de guerra, na Índia, em Angola, em Moçambique e na Guiné-Bissau.
Saúdo ainda os militares e os antigos militares aqui presentes que recentemente, tal como eu, foram chamados a participar em missões Humanitárias e de Paz, Intervenção e Estabilização, em teatros de operações longe do território nacional. Todas elas tiveram riscos e grande importância na defesa da paz e dos interesses de Portugal. São os nossos atuais combatentes, briosos e dignos representantes da nossa tradição militar nacional.
Combatentes,
Nós somos e seremos sempre um pilar essencial da reserva moral da nação.
A nossa felicidade que, tão exaustivamente procuramos, está muito dependente da capacidade de nos realizarmos como grupo, de forma solidária e coesa.
Para isso foram criados Núcleos da Liga dos Combatentes como o nosso. È nele que devemos manifestar as nossas ideias, as nossas necessidades, manifestar os nossos direitos e deveres. É preciso, sobretudo, criar um ambiente de responsabilidade individual e social assente em valores que apelem ao reconhecimento, ao mérito, e, em especial, à honra.

Por isso temos de nos unir e lutar pelo bem comum, identificarmos aqueles que precisam de ajuda, levá-los até à nossa sede na Casa das Coletividades, e,
já agora, para terminar, aproveitava para agradecer ao sr Pres. da CMV, porque à um ano atrás, nesta cerimónia no meu discurso fiz-lhe um pedido, pedi um novo espaço, para a Liga dos Combatentes, mais digno e amplo, que pudesse conter uma área para eternizarmos as memórias dos combatentes, mostrando-as à sociedade em geral, através do Museu do Combatente. Prometeu e cumpriu. O espaço já o temos, o Museu contamos inaugura-lo no nosso próximo aniversário em Setembro. Muito obrigado em nome dos Combatentes.

Cada um de nós tem de ser um combatente português. Só assim fará sentido o sacrifício de tantos combatentes que nos precederam e que hoje, aqui, homenageamos. Obrigado.
Bem hajam.»

O presidente da Câmara enalteceu a cerimónia vivida reconhecendo o mérito dos soldados portugueses e a importante intervenção que o Núcleo de Vizela da Liga dos Combatentes vem desempenhando.


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