Odivelas vai ter escultura de homenagem a Samora Machel - E os FILHOS DA TERRA?
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«Os Campos da Vergonha» Revista "Magazine", n.º277, de 25Jun1995
Imagens cedidas pelo Coronel (Ref.) Manuel Bernardo
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Pirada- Admin
- Número de Mensagens : 1237
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Carta aberta ao vereador Paulo Aido - Não à homenagem a Samora Machel em Odivelas!
Texto da autoria do Coronel (Ref.) Manuel Bernardo
Carta aberta ao vereador Paulo Aido
Não à homenagem a Samora Machel em Odivelas!
Telegramas da embaixada norte-americana em Maputo, divulgados pelo WikiLeaks, revelam que o Presidente moçambicano, Armando Emílio Guebuza, e o antecessor Joaquim Chissano estão envolvidos com o narcotráfico. (…)
Maria Luiza Rolim in www.expresso.pt, 2011
(…) Essas negociações culminaram com a aprovação, em Julho de 1998, em Roma, do Estatuto do Tribunal Penal Internacional (TPI) , o que demonstra a decisão da comunidade internacional de cuidar para que os autores desses graves crimes não fiquem sem castigo. O Estatuto entrou em vigor após a ratificação de 60 Estados.
· Crimes de guerra
De acordo com o artigo 8º do Estatuto, o TPI tem competência a respeito dos crimes de guerra, que inclui a maior parte das violações graves do direito internacional humanitário mencionadas nas Convenções de Genebra e em seus Protocolos Adicionais de 1977, cometidas tanto em conflitos armados internacionais como não internacionais.
In site do Comité Internacional da Cruz Vermelha, em 2004.
É lamentável que tenha sido necessário chamar a atenção para o facto da Câmara Municipal de Odivelas ter considerado levar por diante a triste ideia de mandar fazer um monumento ao ditador Samora Machel em Olival de Basto, para se aperceber da falta e grande “esquecimento” em nunca antes terem pensado prestar as devidas honras aos portugueses, que se bateram e caíram em combate na Guerra de África (1961-1975), á semelhança do que tem vindo a ser feito ao longo de todo o País.
Assim, segundo o que foi publicado num site local, o senhor terá afirmado que se deve “providenciar a edificação de um monumento que, por mais simples que seja, preste a devida homenagem aos antigos combatentes portugueses do ultramar e que o memorial seja colocada no Largo de Nossa Senhora do Carmo, em Odivelas, no termo da Rua dos Combatentes do Ultramar”.
“Estamos perante um esquecimento lamentável, pela inversão de valores, que é a homenagem a Samora Machel, um Chefe de Estado que esteve em guerra com o Estado português, sem antes prestar a devida e condigna homenagem aos nossos concidadãos do concelho e do País, que lutaram, sofreram e perderam a vida nessa mesma guerra”, disse Paulo Aido.
Poder-se-á igualmente dizer ter sido muito desastroso que Mário Soares, pouco tempo depois do 25 de Abril de 1974, na primeira ronda da negociações, em Lusaka (5-6-1974), tenha dado um caloroso abraço a Samora Machel (logo 1ª página dos jornais em Moçambique), quando ainda decorriam os combates entre portugueses e os guerrilheiros da FRELIMO e de que resultaram as mortes de vários militares portugueses lá destacados. Basta ir até ao Monumento do Restelo e verificar as datas em que faleceram os últimos combatentes em Moçambique.
Torturas e fuzilamentos nos campos de “reeducação”
Recorde-se o sucedido ao longo do período em que Samora Machel foi o responsável máximo da governação moçambicana, num regime marxista-leninista instalado a partir da independência – 1976-1986, e que terminou com a sua morte violenta num pseudo-acidente aéreo.
Entre os campos de reeducação espalhados por Moçambique, também apelidados de “campos de extermínio” dos opositores políticos, tornou-se célebre o de M´telela, no Niassa. Com base em várias fontes, incluindo o “Público” (Lisboa) e em dois livros publicados em 2003 – no meu “Combater em Moçambique; Guerra e Descolonização; 1964-1975” e no de Barnabé Lucas Ncomo, “Uria Simango; um Homem, uma Causa” , poder-se-á afirmar que numa data entre 1977 e 1980, mas mais provavelmente no 2.º aniversário da independência, na estrada em direcção a outro campo – Chiputo, ocorreu a horrível cena de terem sido regados com gasolina e imolados pelo fogo numa vala previamente aberta, os seguintes opositores da FRELMO:
Reverendo Uria Simango; Dr.ª Joana Simeão; Dr. Faustino Kambeu; Padre Mateus Gwenguere; Júlio de Razão Nilia; Lázaro Kavandame; Paulo Gumane; Dr. João Unhai; e Raúl Casal Ribeiro.
Os primeiros seis acima indicados seriam confirmados como executados numa designada Ordem de Acção 5/80, de 29-7-1980, assinada pelo Ministro da Segurança da FRELIMO, Jacinto Veloso, um piloto desertor da Força Aérea Portuguesa.
Este documento, feito para “justificar” as execuções feitas anteriormente, começava assim: “No espírito dos costumes, usos e tradições da luta armada de libertação nacional, o Comité Político Permanente da Frelimo julgou e condenou à morte por fuzilamento os seguintes desertores e traidores do povo e da causa nacional, que foram já executados.”
Esta “ordem” nomeava um comité para compilar o dossier, encabeçado por Sérgio Vieira e constituído por Óscar Monteiro, José Júlio Andrade, Matias Xavier e Jorge Costa. Recorde-se ter sido este último, ao desertar para a África do Sul, em 1982, que viria a denunciar as execuções sumárias ocorridas em todo o território moçambicano.
O estalinismo de Samora Machel
E cinco anos após o final da guerra civil contra a RENAMO (1992) e onze anos depois da morte do ditador Samora Machel, na queda provocada ou não de um avião em território da África do Sul, a FRELIMO, através de um conceituado dirigente veio esclarecer o sucedido (in “Canal de Moçambique”, 14-07-2010) :
“(…) Na entrevista, transmitida por aquele canal televisivo a 19 de Setembro de 1997, Marcelino dos Santos explicou da seguinte forma o raciocínio da direcção do seu partido ao ordenar as execuções extrajudiciais:
”...e depois sobreveio a acção, a tentativa do inimigo de buscar elementos moçambicanos descontentes, em particular aqueles que pudessem ser-lhes bastantes úteis. Então, aquela consciência que nós tínhamos inicialmente de que são traidores e que, portanto, deveriam ser executados. Bom, numa certa medida podemos dizer que surgiram as condições que forçaram a implementação de uma preocupação e de um sentimento muito, muito, muito antigo...”
“São, pois, claras as palavras de Marcelino dos Santos, e que lançam por terra as teses de Sérgio Vieira e Óscar Monteiro de que alguém, que convenientemente não identificam, havia agido isoladamente e à revelia da direcção do Partido Frelimo. É sabido que as execuções tiveram lugar nas cercanias da estrada que liga M´telela a Chiputo, na província do Niassa. “Quem conduziu os presos ao local foi o comissário político do Ministério da Segurança-Snasp, Major Abel Assikala. Este integrava uma delegação de alto nível que se deslocou propositadamente a M´telela em viaturas oficiais do governo provincial do Niassa, na altura tutelado por Aurélio Manave. As ordens foram transmitidas pelo então vice-ministro da segurança, Salésio Teodoro Nalyambipano, em cumprimento de uma decisão tomada pelo Bureau Político da formação política, que à luz da Constituição em vigor, assumia-se como força dirigente do Estado e da sociedade e de cujo elenco constava o nome de Óscar Monteiro. (…)”
A propósito do regime que vigorou em Moçambique durante a liderança do ditador Samora Machel, vejamos o que é afirmado por José Milhazes (actual correspondente da SIC em Moscovo), no seu livro “Samora Machel; Atentado ou Acidente?” /2010:
“(…) Mas não podemos deixar passar o facto de muitos dos actos de Samora Machel serem copiados a papel químico da história do regime comunista. E isso ficou bem patente não só na veneração de José Estaline pelo dirigente moçambicano, ou nas medidas duras contra a população branca, mas também em muitas das acções realizadas logo após a independência do país: processo desenfreado de nacionalizações, colectivização forçada da agricultura, imposição de um sistema de partido único, «campos de reabilitação», etc. (…)”
De facto convém recordar os muitos milhares de portugueses espoliados, que tiveram de abandonar Moçambique para fugir aos horrores de um regime comunista implantado por Samora Machel, que praticou bastantes crimes contra a humanidade durante os onze anos em que esteve à frente de tal impiedoso governo e que muitos dos nossos compatriotas não receberam qualquer compensação pelos seus prédios nacionalizados.
E se, como afirma José Milhazes, o ídolo de Samora Machel era José Estaline, que provocou o genocídio de milhões de soviéticos (até Hitler, mesmo com as matanças nas câmaras de gás, ficou a bastantes milhares de distância), como se poderá aceitar que num concelho de Portugal, com apoio da respectiva Câmara Municipal, se pense erigir um monumento ao dito “herói” de Moçambique, que teve tal comportamento vergonhoso e nem sequer permitiu que nenhum dos monumentos de heróis portugueses ficasse na via pública nas cidades do seu país.
Pode-se de alguma maneira perceber que num país onde campeia a corrupção e até indícios de ligações de dirigentes a redes de droga, se tenha comemorado 2011 como o Ano de Samora Machel.
Agora, senhor vereador, numa democracia instituída há quase 40 anos como sucede em Portugal, implantar um previsto monumento a tal ditador, com o apoio do Casino Estoril, do Entreposto, do Grupo Ferpinta, do Grupo SH SGPS, da Companhia Própria e da Rotina Publicidade, não é aceitável nem admissível num Estado, que se pretende de direito e democrático. Os apoios destas empresas apenas se podem justificar por falta de informação sobre o curriculum do “homenageado” e com a ideia de projectarem envolver-se em negócios e investimentos em Moçambique.
E quanto a colocar no previsto “monumento” as frases, do ditador Samora Machel, “A nossa luta não é contra o povo português – o nosso inimigo é o regime colonial português”, considero ser uma afronta aos combatentes portugueses que lutaram em Moçambique. Porque foi o povo português fardado e em armas que se bateu nessa guerra durante dez longos anos, contra a guerrilha da FRELIMO, com vista à segurança das populações locais. E apesar deste movimento se autodenominar de “libertação”, constatou-se que afinal era (e foi) o dinamizador de uma ditadura incomparavelmente muito mais violenta e cruel do que a considerada como praticada em Portugal.
Enfim, espero que seja tomada a devida atitude de não levar por diante tal incrível projecto que, na minha opinião, não honraria a população de Odivelas, nem Portugal.
Como até agora não tive conhecimento de qualquer resposta da Câmara Municipal aos apelos feitos por muito combatentes do Ultramar, fico aguardando que no decorrer do ano de 2012 seja proposta uma reunião da Assembleia Municipal de Odivelas, para debate e decisão sobre este caso, lembrando que o Ano de Samora Machel comemorado em Moçambique já passou e que no próximo ano ocorrem as normais eleições autárquicas. Do conteúdo desta carta aberta vai ser dado conhecimento à delegação concelhia do PSD e ao cabeça de lista das últimas eleições deste Partido, o jornalista Hernani Carvalho.
Saudações democráticas
Coronel (Ref.) Manuel Bernardo
10 de Março de 2012
Carta aberta ao vereador Paulo Aido
Não à homenagem a Samora Machel em Odivelas!
Telegramas da embaixada norte-americana em Maputo, divulgados pelo WikiLeaks, revelam que o Presidente moçambicano, Armando Emílio Guebuza, e o antecessor Joaquim Chissano estão envolvidos com o narcotráfico. (…)
Maria Luiza Rolim in www.expresso.pt, 2011
(…) Essas negociações culminaram com a aprovação, em Julho de 1998, em Roma, do Estatuto do Tribunal Penal Internacional (TPI) , o que demonstra a decisão da comunidade internacional de cuidar para que os autores desses graves crimes não fiquem sem castigo. O Estatuto entrou em vigor após a ratificação de 60 Estados.
· Crimes de guerra
De acordo com o artigo 8º do Estatuto, o TPI tem competência a respeito dos crimes de guerra, que inclui a maior parte das violações graves do direito internacional humanitário mencionadas nas Convenções de Genebra e em seus Protocolos Adicionais de 1977, cometidas tanto em conflitos armados internacionais como não internacionais.
In site do Comité Internacional da Cruz Vermelha, em 2004.
É lamentável que tenha sido necessário chamar a atenção para o facto da Câmara Municipal de Odivelas ter considerado levar por diante a triste ideia de mandar fazer um monumento ao ditador Samora Machel em Olival de Basto, para se aperceber da falta e grande “esquecimento” em nunca antes terem pensado prestar as devidas honras aos portugueses, que se bateram e caíram em combate na Guerra de África (1961-1975), á semelhança do que tem vindo a ser feito ao longo de todo o País.
Assim, segundo o que foi publicado num site local, o senhor terá afirmado que se deve “providenciar a edificação de um monumento que, por mais simples que seja, preste a devida homenagem aos antigos combatentes portugueses do ultramar e que o memorial seja colocada no Largo de Nossa Senhora do Carmo, em Odivelas, no termo da Rua dos Combatentes do Ultramar”.
“Estamos perante um esquecimento lamentável, pela inversão de valores, que é a homenagem a Samora Machel, um Chefe de Estado que esteve em guerra com o Estado português, sem antes prestar a devida e condigna homenagem aos nossos concidadãos do concelho e do País, que lutaram, sofreram e perderam a vida nessa mesma guerra”, disse Paulo Aido.
Poder-se-á igualmente dizer ter sido muito desastroso que Mário Soares, pouco tempo depois do 25 de Abril de 1974, na primeira ronda da negociações, em Lusaka (5-6-1974), tenha dado um caloroso abraço a Samora Machel (logo 1ª página dos jornais em Moçambique), quando ainda decorriam os combates entre portugueses e os guerrilheiros da FRELIMO e de que resultaram as mortes de vários militares portugueses lá destacados. Basta ir até ao Monumento do Restelo e verificar as datas em que faleceram os últimos combatentes em Moçambique.
Torturas e fuzilamentos nos campos de “reeducação”
Recorde-se o sucedido ao longo do período em que Samora Machel foi o responsável máximo da governação moçambicana, num regime marxista-leninista instalado a partir da independência – 1976-1986, e que terminou com a sua morte violenta num pseudo-acidente aéreo.
Entre os campos de reeducação espalhados por Moçambique, também apelidados de “campos de extermínio” dos opositores políticos, tornou-se célebre o de M´telela, no Niassa. Com base em várias fontes, incluindo o “Público” (Lisboa) e em dois livros publicados em 2003 – no meu “Combater em Moçambique; Guerra e Descolonização; 1964-1975” e no de Barnabé Lucas Ncomo, “Uria Simango; um Homem, uma Causa” , poder-se-á afirmar que numa data entre 1977 e 1980, mas mais provavelmente no 2.º aniversário da independência, na estrada em direcção a outro campo – Chiputo, ocorreu a horrível cena de terem sido regados com gasolina e imolados pelo fogo numa vala previamente aberta, os seguintes opositores da FRELMO:
Reverendo Uria Simango; Dr.ª Joana Simeão; Dr. Faustino Kambeu; Padre Mateus Gwenguere; Júlio de Razão Nilia; Lázaro Kavandame; Paulo Gumane; Dr. João Unhai; e Raúl Casal Ribeiro.
Os primeiros seis acima indicados seriam confirmados como executados numa designada Ordem de Acção 5/80, de 29-7-1980, assinada pelo Ministro da Segurança da FRELIMO, Jacinto Veloso, um piloto desertor da Força Aérea Portuguesa.
Este documento, feito para “justificar” as execuções feitas anteriormente, começava assim: “No espírito dos costumes, usos e tradições da luta armada de libertação nacional, o Comité Político Permanente da Frelimo julgou e condenou à morte por fuzilamento os seguintes desertores e traidores do povo e da causa nacional, que foram já executados.”
Esta “ordem” nomeava um comité para compilar o dossier, encabeçado por Sérgio Vieira e constituído por Óscar Monteiro, José Júlio Andrade, Matias Xavier e Jorge Costa. Recorde-se ter sido este último, ao desertar para a África do Sul, em 1982, que viria a denunciar as execuções sumárias ocorridas em todo o território moçambicano.
O estalinismo de Samora Machel
E cinco anos após o final da guerra civil contra a RENAMO (1992) e onze anos depois da morte do ditador Samora Machel, na queda provocada ou não de um avião em território da África do Sul, a FRELIMO, através de um conceituado dirigente veio esclarecer o sucedido (in “Canal de Moçambique”, 14-07-2010) :
“(…) Na entrevista, transmitida por aquele canal televisivo a 19 de Setembro de 1997, Marcelino dos Santos explicou da seguinte forma o raciocínio da direcção do seu partido ao ordenar as execuções extrajudiciais:
”...e depois sobreveio a acção, a tentativa do inimigo de buscar elementos moçambicanos descontentes, em particular aqueles que pudessem ser-lhes bastantes úteis. Então, aquela consciência que nós tínhamos inicialmente de que são traidores e que, portanto, deveriam ser executados. Bom, numa certa medida podemos dizer que surgiram as condições que forçaram a implementação de uma preocupação e de um sentimento muito, muito, muito antigo...”
“São, pois, claras as palavras de Marcelino dos Santos, e que lançam por terra as teses de Sérgio Vieira e Óscar Monteiro de que alguém, que convenientemente não identificam, havia agido isoladamente e à revelia da direcção do Partido Frelimo. É sabido que as execuções tiveram lugar nas cercanias da estrada que liga M´telela a Chiputo, na província do Niassa. “Quem conduziu os presos ao local foi o comissário político do Ministério da Segurança-Snasp, Major Abel Assikala. Este integrava uma delegação de alto nível que se deslocou propositadamente a M´telela em viaturas oficiais do governo provincial do Niassa, na altura tutelado por Aurélio Manave. As ordens foram transmitidas pelo então vice-ministro da segurança, Salésio Teodoro Nalyambipano, em cumprimento de uma decisão tomada pelo Bureau Político da formação política, que à luz da Constituição em vigor, assumia-se como força dirigente do Estado e da sociedade e de cujo elenco constava o nome de Óscar Monteiro. (…)”
A propósito do regime que vigorou em Moçambique durante a liderança do ditador Samora Machel, vejamos o que é afirmado por José Milhazes (actual correspondente da SIC em Moscovo), no seu livro “Samora Machel; Atentado ou Acidente?” /2010:
“(…) Mas não podemos deixar passar o facto de muitos dos actos de Samora Machel serem copiados a papel químico da história do regime comunista. E isso ficou bem patente não só na veneração de José Estaline pelo dirigente moçambicano, ou nas medidas duras contra a população branca, mas também em muitas das acções realizadas logo após a independência do país: processo desenfreado de nacionalizações, colectivização forçada da agricultura, imposição de um sistema de partido único, «campos de reabilitação», etc. (…)”
De facto convém recordar os muitos milhares de portugueses espoliados, que tiveram de abandonar Moçambique para fugir aos horrores de um regime comunista implantado por Samora Machel, que praticou bastantes crimes contra a humanidade durante os onze anos em que esteve à frente de tal impiedoso governo e que muitos dos nossos compatriotas não receberam qualquer compensação pelos seus prédios nacionalizados.
E se, como afirma José Milhazes, o ídolo de Samora Machel era José Estaline, que provocou o genocídio de milhões de soviéticos (até Hitler, mesmo com as matanças nas câmaras de gás, ficou a bastantes milhares de distância), como se poderá aceitar que num concelho de Portugal, com apoio da respectiva Câmara Municipal, se pense erigir um monumento ao dito “herói” de Moçambique, que teve tal comportamento vergonhoso e nem sequer permitiu que nenhum dos monumentos de heróis portugueses ficasse na via pública nas cidades do seu país.
Pode-se de alguma maneira perceber que num país onde campeia a corrupção e até indícios de ligações de dirigentes a redes de droga, se tenha comemorado 2011 como o Ano de Samora Machel.
Agora, senhor vereador, numa democracia instituída há quase 40 anos como sucede em Portugal, implantar um previsto monumento a tal ditador, com o apoio do Casino Estoril, do Entreposto, do Grupo Ferpinta, do Grupo SH SGPS, da Companhia Própria e da Rotina Publicidade, não é aceitável nem admissível num Estado, que se pretende de direito e democrático. Os apoios destas empresas apenas se podem justificar por falta de informação sobre o curriculum do “homenageado” e com a ideia de projectarem envolver-se em negócios e investimentos em Moçambique.
E quanto a colocar no previsto “monumento” as frases, do ditador Samora Machel, “A nossa luta não é contra o povo português – o nosso inimigo é o regime colonial português”, considero ser uma afronta aos combatentes portugueses que lutaram em Moçambique. Porque foi o povo português fardado e em armas que se bateu nessa guerra durante dez longos anos, contra a guerrilha da FRELIMO, com vista à segurança das populações locais. E apesar deste movimento se autodenominar de “libertação”, constatou-se que afinal era (e foi) o dinamizador de uma ditadura incomparavelmente muito mais violenta e cruel do que a considerada como praticada em Portugal.
Enfim, espero que seja tomada a devida atitude de não levar por diante tal incrível projecto que, na minha opinião, não honraria a população de Odivelas, nem Portugal.
Como até agora não tive conhecimento de qualquer resposta da Câmara Municipal aos apelos feitos por muito combatentes do Ultramar, fico aguardando que no decorrer do ano de 2012 seja proposta uma reunião da Assembleia Municipal de Odivelas, para debate e decisão sobre este caso, lembrando que o Ano de Samora Machel comemorado em Moçambique já passou e que no próximo ano ocorrem as normais eleições autárquicas. Do conteúdo desta carta aberta vai ser dado conhecimento à delegação concelhia do PSD e ao cabeça de lista das últimas eleições deste Partido, o jornalista Hernani Carvalho.
Saudações democráticas
Coronel (Ref.) Manuel Bernardo
10 de Março de 2012
Changara- Número de Mensagens : 58
Idade : 70
Data de inscrição : 08/12/2008
Compulsando o que não se disse do comportamento político de Samora (1)
De Rui Machado, in https://ultramar.forumeiros.com/t438-compulsando-o-que-nao-se-disse-do-comportamento-politico-de-samora-1
in jornal "Canal de Moçambique", de 22 de Fevereiro de 2012
in jornal "Canal de Moçambique", de 22 de Fevereiro de 2012
Changara- Número de Mensagens : 58
Idade : 70
Data de inscrição : 08/12/2008
Re: Odivelas vai ter escultura de homenagem a Samora Machel - E os FILHOS DA TERRA?
Sobre o assunto que me toca, informo que recebi de um "reencaminhamento" da mensagem,
Cumprimentos
Francisco Martins
Cumprimentos
Francisco Martins
valley- Número de Mensagens : 6
Idade : 79
Data de inscrição : 10/12/2011
m/email sobre «Machel em Olival Basto ?!» - Esclarecimento e Opinião
Esclarecimento e Opinião
Boa tarde, Caros Amigos da equipa editorial do UTW, e demais contribuidores e visitantes deste Forum,
No texto que Francisco Martins, veterano da Guiné, inseriu aqui pelas 18:39 de ontem, aquele emigrado caribenho informa - quem o lê -, que neste sítio da internet emitiu "apenas" a sua opinião sobre «notícia que recebi na minha caixa de correio electrónica».
Na m/qualidade de emissor e singular responsável pela integralidade de conteúdo do email, que aquele veterano afirma ter recebido na respectiva mailbox, cumpre-me esclarecer:
- o citado email foi p/mim enviado, tendo como principal destinatário a ACRENARMO c/c simultâneo e aberto aos demais mencionados, em sucessivas três remessas que continham em bcc, respectivamente, uma mailing-list para m/correspondentes habituais, uma outra mailing-list específica para veteranos de Moçambique, e ainda uma outra mailing-list para diversos outros veteranos do Ultramar;
- em nenhuma daquelas três citadas remessas, a mailbox de Francisco Martins foi por mim incluída, posto o que a proveniência da «notícia que» aquele veterano recebeu na sua «caixa de correio electrónica», me é totalmente alheia e desconhecida;
- quanto ao que aquele veterano reproduziu neste v/Forum-UTW, não corresponde ao conteúdo textual, do m/email, o qual a todas as três sucessivas remessas é comum.
Relativamente à opinião manifestada, segunda a qual «Odivelas pode até erigir monumentos em homenagem a "Adolfo Hitler", ao "Lenine", a "Winston Churchill" e a quem quer que seja»... "desde que... ":
- sendo uma opinião, de quem quer que seja e sobre que assunto fôr, obviamente livre, obviamente me permito - aqui - daquela em absoluto discordar, sem no entanto aduzir outro qualquer argumentário que, é bom de ver, em nada poderia contribuir para a expedita resolução, da gravosa matéria exposta, qual seja precisamente o impedimento - se possível, legal - daquele despropósito autárquico.
A chicana populista, normalmente, nada resolve.
Para além de ter eu entendido dever comunicar a outros veteranos, muito especificamente a quem tenha cumprido o seu dever militar em Moçambique, o que consta no m/email, destina-se aquele a exortar cada um dos destinatários ao exercício de livre opinião pessoal, sobre tal matéria, directamente junto do Executivo Municipal de Odivelas, cujos endereços electrónicos constam no item "cc".
Saudações veteranas,
Abreu dos Santos
Boa tarde, Caros Amigos da equipa editorial do UTW, e demais contribuidores e visitantes deste Forum,
No texto que Francisco Martins, veterano da Guiné, inseriu aqui pelas 18:39 de ontem, aquele emigrado caribenho informa - quem o lê -, que neste sítio da internet emitiu "apenas" a sua opinião sobre «notícia que recebi na minha caixa de correio electrónica».
Na m/qualidade de emissor e singular responsável pela integralidade de conteúdo do email, que aquele veterano afirma ter recebido na respectiva mailbox, cumpre-me esclarecer:
- o citado email foi p/mim enviado, tendo como principal destinatário a ACRENARMO c/c simultâneo e aberto aos demais mencionados, em sucessivas três remessas que continham em bcc, respectivamente, uma mailing-list para m/correspondentes habituais, uma outra mailing-list específica para veteranos de Moçambique, e ainda uma outra mailing-list para diversos outros veteranos do Ultramar;
- em nenhuma daquelas três citadas remessas, a mailbox de Francisco Martins foi por mim incluída, posto o que a proveniência da «notícia que» aquele veterano recebeu na sua «caixa de correio electrónica», me é totalmente alheia e desconhecida;
- quanto ao que aquele veterano reproduziu neste v/Forum-UTW, não corresponde ao conteúdo textual, do m/email, o qual a todas as três sucessivas remessas é comum.
Relativamente à opinião manifestada, segunda a qual «Odivelas pode até erigir monumentos em homenagem a "Adolfo Hitler", ao "Lenine", a "Winston Churchill" e a quem quer que seja»... "desde que... ":
- sendo uma opinião, de quem quer que seja e sobre que assunto fôr, obviamente livre, obviamente me permito - aqui - daquela em absoluto discordar, sem no entanto aduzir outro qualquer argumentário que, é bom de ver, em nada poderia contribuir para a expedita resolução, da gravosa matéria exposta, qual seja precisamente o impedimento - se possível, legal - daquele despropósito autárquico.
A chicana populista, normalmente, nada resolve.
Para além de ter eu entendido dever comunicar a outros veteranos, muito especificamente a quem tenha cumprido o seu dever militar em Moçambique, o que consta no m/email, destina-se aquele a exortar cada um dos destinatários ao exercício de livre opinião pessoal, sobre tal matéria, directamente junto do Executivo Municipal de Odivelas, cujos endereços electrónicos constam no item "cc".
Saudações veteranas,
Abreu dos Santos
JC Abreu dos Santos- Admin
- Número de Mensagens : 17
Idade : 74
Data de inscrição : 26/10/2008
Odivelas vai ter escultura de homenagem a Samora Machel - E os FILHOS DA TERRA?
Sobre o assunto em referência - "Odivelas vai ter escultura de homenagem a Samora Machel" informo que nada tenho a criticar. A Câmara Municipal de Odivelas pode até erigir monumentos em homenagem a "Adolfo Hitler", ao "Lenine", a "Winston Churchill" e a quem quer que seja, no entanto pergunto: E os Filhos da Terra, que tombaram na Guerra do Ultramar, também os vai homenagear?
A saber:
Joaquim Manuel Duarte Henriques, Soldado Atirador 00068973, natural de Odivelas, da 1.ª Companhia do Batalhão de Cavalaria 8423/73. Faleceu no dia 21 de Setembro de 1974. Está sepultado no cemitério de Odivelas.
Júlio António de Abranches Nascimento, Furriel Mil.º Atirador 08823065, natural da freguesia de Olival de Basto, da Companhia de Caçadores 106, tombou em combate no dia 17 de Janeiro de 1969. Está sepultado no cemitério de Bucelas.
Esta minha opinião sobre o assunto é relativo à notícia que recebi na minha caixa de correio electrónica, nesta minha segunda pátria a Ilha de Anguilla, que passo a transcrever:
------------------------------------------
Sr. Presidente da CM de Odivelas:
Sobre a intenção de erigir um monumento/estátua de homenagem a Samora Machel em Olival de Basto, que confirmou em email do seu chefe de gabinete, informo da minha posição contrária a tal desígnio e que julgo ser a da generalidade do Povo Português.
Assim, remeto os textos em anexo para esclarecimento e para o caso de considerar ser necessário apresentar este assunto na Assembleia Municipal desse município.
Com os melhores cumprimentos
Cor. Ref. Manuel Bernardo
-----------------------------
Apelidar de "estadista" o epigrafado indivíduo – desde há muito aceite nos serviços de 'intelligence' internacional como inequívoco co-responsável pelo atentado que, fora-de-portas, vitimou o chefe político da guerrilha anti-portuguesa então actuante na grande província ultramarina portuguesa banhada pelo Índico, do qual saiu beneficiário como cabeça da subsequente troika dirigente e assumidamente marxista-maoísta –, para além de um pleonasmo hagiográfico e mesmo sob perspectiva do mais rasteiro pragmatismo socio-político, é repugnante a qualquer Português que tenha cumprido o seu dever de militar, concretamente em Moçambique, mas acima de tudo é uma afronta à memória dos que ali nasceram, dos que ali viviam e foram forçados a tudo abandonar.
A manifestada intenção, ora noticiada, de uma jovem autarquia como a de Odivelas acolher de bom grado o apelo de um notório ex-terrorista – actual presidente daquela república africana –, no sentido de agravar a afronta, do antecedente representada em topónimo já existente numa freguesia daquele concelho, com um «Monumento de Homenagem» ao supra citado tirano que, por mais de uma década, foi mentor das maiores barbaridades em Moçambique e da destruição do sempre difícil equilíbrio de convivência multirracial e interétnica, tal como do tecido económico, industrial e comercial, ali existentes antes de 1975, apenas se poderia com alguma razoabilidade enquadrar na circunstância de estarmos perante um subúrbio, da grande metrópole capital de Portugal, cuja população flutuante o ocupa qual bairro-dormitório descaracterizado, porque desenraizado e por isso mesmo carente de memória colectiva e do conhecimento histórico, que pudessem criar algum entrave ao despautério em apreço. Pois, tanto quanto é sabido, naquele jovem concelho é inexistente qualquer "comunidade de moçambicanos pró-machelistas" que, eventualmente, pudesse motivar a autarquia à caça-ao-voto por via de baixeza, significada no que localmente se projecta para efectivar no final do mês em curso. Contra todos quantos, em Moçambique, sofreram perseguição, encarceramento, tortura, julgamento sumaríssimo, fuzilamento, enterramento em vala comum, e um sem número de outras inenarráveis e inconfessáveis malfeitorias decretadas por um tiranete, da mesma cepa de uns quantos outros xenófobos e infrenes racistas que, no grande continente africano, tendo sido aliciados e aceite servir como testas-de-ferro de potência interventora na guerra-fria, ascenderam ao mando e se apropriaram do poder em nome da "libertação dos povos".
Não nos esquecemos da conhecida sanha machelista, meses antes de proclamar a independência de Moçambique – e quando aquela, ainda 'de facto' e 'de jure', Província Ultramarina Portuguesa, se encontrava sob a soberana Bandeira de Portugal e perante a irresponsável apatia dos nossos legais representantes políticos e militares –, contra toda e qualquer manifestação da cultura portuguesa naquele território, consignada em toponímia e em estatuária, sendo esta de tradicional reverência e aceitação por entre sucessivas gerações de moçambicanos, de indiferenciadas etnias e credos religiosos.
Que uma autarquia suburbana do nosso Portugal, tenha promovido um tal "evento" e se apreste para inaugurar um "Monumento de Homenagem" a um ditador, é apenas um dos resultados visíveis da derrapante subversão das "amplas liberdades", outorgadas, por regimes de democracia mole, à presunçosa representatividade político-partidária de uma sociedade propositadamente desestruturada.
(João Carlos Abreu dos Santos)
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As imagens:
O proponente
1_alguns_dos_'libertadores'-do-povo_moçambicano
2_Associação-dos-Naturais-de-Moçambique_[ruínas]
3_exemplo_de_'reeducação'-frelimista
4_Monumento_a_Samora-Machel_!!!_em_Odivelas_!!!
A Presidente da Câmara de Odivelas
O Vice-Presidente da Câmara de Odivelas
Os contactos da Câmara de Odivelas e não só para quem queira endereçar este "post" - basta copiar o endereço deste "post" e enviar a quem quer que seja, nomeadamente aos intervenientes, que é:
https://ultramar.forumeiros.com/t437-odivelas-vai-ter-escultura-de-homenagem-a-samora-machel-e-os-filhos-da-terra
Endereços de correio electrónico, vulgo e-mail:
acrenarmo@gmail.com; relacoes.publicas@cm-odivelas.pt; mario.maximo@cm-odivelas.pt; gim@cm-odivelas.pt; hernani.carvalho@cm-odivelas.pt; carlos.bodiao@cm-odivelas.pt; sandra.c.pereira@cm-odivelas.pt; paulo.aido@cm-odivelas.pt; jfolivalbasto@net.vodafone.pt; sociocul@cm-odivelas.pt; crap@cm-odivelas.pt; cultura@cm-odivelas.pt; turismo@cm-odivelas.pt; divqualamb@cm-odivelas.pt; espacosverdes@cm-odivelas.pt; secretaria@usenior-odivelas.com
Francisco Martins
Veterano da Guerra do Ultramar, na Guiné de 1966 a 1968, rendição individual (BSM). Emigrado desde da abrilada na região das Caraíbas
A saber:
Joaquim Manuel Duarte Henriques, Soldado Atirador 00068973, natural de Odivelas, da 1.ª Companhia do Batalhão de Cavalaria 8423/73. Faleceu no dia 21 de Setembro de 1974. Está sepultado no cemitério de Odivelas.
Júlio António de Abranches Nascimento, Furriel Mil.º Atirador 08823065, natural da freguesia de Olival de Basto, da Companhia de Caçadores 106, tombou em combate no dia 17 de Janeiro de 1969. Está sepultado no cemitério de Bucelas.
Esta minha opinião sobre o assunto é relativo à notícia que recebi na minha caixa de correio electrónica, nesta minha segunda pátria a Ilha de Anguilla, que passo a transcrever:
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Sr. Presidente da CM de Odivelas:
Sobre a intenção de erigir um monumento/estátua de homenagem a Samora Machel em Olival de Basto, que confirmou em email do seu chefe de gabinete, informo da minha posição contrária a tal desígnio e que julgo ser a da generalidade do Povo Português.
Assim, remeto os textos em anexo para esclarecimento e para o caso de considerar ser necessário apresentar este assunto na Assembleia Municipal desse município.
Com os melhores cumprimentos
Cor. Ref. Manuel Bernardo
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Apelidar de "estadista" o epigrafado indivíduo – desde há muito aceite nos serviços de 'intelligence' internacional como inequívoco co-responsável pelo atentado que, fora-de-portas, vitimou o chefe político da guerrilha anti-portuguesa então actuante na grande província ultramarina portuguesa banhada pelo Índico, do qual saiu beneficiário como cabeça da subsequente troika dirigente e assumidamente marxista-maoísta –, para além de um pleonasmo hagiográfico e mesmo sob perspectiva do mais rasteiro pragmatismo socio-político, é repugnante a qualquer Português que tenha cumprido o seu dever de militar, concretamente em Moçambique, mas acima de tudo é uma afronta à memória dos que ali nasceram, dos que ali viviam e foram forçados a tudo abandonar.
A manifestada intenção, ora noticiada, de uma jovem autarquia como a de Odivelas acolher de bom grado o apelo de um notório ex-terrorista – actual presidente daquela república africana –, no sentido de agravar a afronta, do antecedente representada em topónimo já existente numa freguesia daquele concelho, com um «Monumento de Homenagem» ao supra citado tirano que, por mais de uma década, foi mentor das maiores barbaridades em Moçambique e da destruição do sempre difícil equilíbrio de convivência multirracial e interétnica, tal como do tecido económico, industrial e comercial, ali existentes antes de 1975, apenas se poderia com alguma razoabilidade enquadrar na circunstância de estarmos perante um subúrbio, da grande metrópole capital de Portugal, cuja população flutuante o ocupa qual bairro-dormitório descaracterizado, porque desenraizado e por isso mesmo carente de memória colectiva e do conhecimento histórico, que pudessem criar algum entrave ao despautério em apreço. Pois, tanto quanto é sabido, naquele jovem concelho é inexistente qualquer "comunidade de moçambicanos pró-machelistas" que, eventualmente, pudesse motivar a autarquia à caça-ao-voto por via de baixeza, significada no que localmente se projecta para efectivar no final do mês em curso. Contra todos quantos, em Moçambique, sofreram perseguição, encarceramento, tortura, julgamento sumaríssimo, fuzilamento, enterramento em vala comum, e um sem número de outras inenarráveis e inconfessáveis malfeitorias decretadas por um tiranete, da mesma cepa de uns quantos outros xenófobos e infrenes racistas que, no grande continente africano, tendo sido aliciados e aceite servir como testas-de-ferro de potência interventora na guerra-fria, ascenderam ao mando e se apropriaram do poder em nome da "libertação dos povos".
Não nos esquecemos da conhecida sanha machelista, meses antes de proclamar a independência de Moçambique – e quando aquela, ainda 'de facto' e 'de jure', Província Ultramarina Portuguesa, se encontrava sob a soberana Bandeira de Portugal e perante a irresponsável apatia dos nossos legais representantes políticos e militares –, contra toda e qualquer manifestação da cultura portuguesa naquele território, consignada em toponímia e em estatuária, sendo esta de tradicional reverência e aceitação por entre sucessivas gerações de moçambicanos, de indiferenciadas etnias e credos religiosos.
Que uma autarquia suburbana do nosso Portugal, tenha promovido um tal "evento" e se apreste para inaugurar um "Monumento de Homenagem" a um ditador, é apenas um dos resultados visíveis da derrapante subversão das "amplas liberdades", outorgadas, por regimes de democracia mole, à presunçosa representatividade político-partidária de uma sociedade propositadamente desestruturada.
(João Carlos Abreu dos Santos)
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2_Associação-dos-Naturais-de-Moçambique_[ruínas]
3_exemplo_de_'reeducação'-frelimista
4_Monumento_a_Samora-Machel_!!!_em_Odivelas_!!!
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Francisco Martins
Veterano da Guerra do Ultramar, na Guiné de 1966 a 1968, rendição individual (BSM). Emigrado desde da abrilada na região das Caraíbas
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